Filme vai mostrar luta pela volta da democracia

Ricardo Kotscho



Por falar em eleição direta, entre os muitos convites que tenho recebido para dar depoimentos em documentários e vídeos acadêmicos sobre os mais diferentes episódios da nossa história recente, quer dizer, de 20, 30, 40 anos atrás, chegou-me o de Pedro Asbeg, um jovem diretor carioca, que eu não conhecia.
Como o tema era um dos meus prediletos _ a luta pela redemocratização do país na primeira metade da década de 80 do século passado _ topei logo e marcamos a gravação para a tarde desta segunda-feira, dia 15.
Foi ótimo poder recordar aquele tempo de transição da ditadura para a democracia, o país em ebulição, com tanta coisa boa acontecendo ao mesmo tempo em todas as áreas da política, da cultura, da cidadania e até do futebol, com a "Democracia Corintiana" de Sócrates, Casagrande e Vladimir, sob a batuta de Adilson Monteiro Alves e do meu preclaro amigo Washington Olivetto.
O projeto inicial de Asbeg, formado em Cinema pela Westminster University de Londres e filho de José Carlos Asbeg, diretor do documentário "1958 _ O ano em que o mundo descobriu o Brasil", era fazer um longa-metragem, com produção de Gustavo Gama Rodrigues, apenas sobre o futebol no período.
No segundo semestre do ano passado, ele começou a recolher depoimentos sobre a "Democracia Corintiana", mas o dinheiro da produção acabou. Enquanto cuidava de captar recursos, teve a idéia de resgatar o período também em outros campos da vida nacional, incluindo o grande movimento das "Diretas Já" e o surgimento do Rock Brasil.
Em julho passado, Pedro Asbeg conseguiu juntar mais R$ 20.455,00 de 114 incentivadores (uma ninharia perto do que recebem pela Lei Rouanet artistas já consagrados), e reiniciou as filmagens.
Em  uma hora de entrevista, fiquei impressionado com o conhecimento histórico do documentarista, algo pouco comum entre os jovens que vêm falar comigo.
Dá gosto de conversar com quem domina o assunto e te instiga a refletir sobre causas e consequências de um determinado tempo histórico. Afinal, estávamos falando de fatos ocorridos mais de 30 anos atrás.
Embora a ditadura ainda não tivesse acabado, eram tempos mais simples de se viver. Não havia esta geléia geral da crise de caráter e de valores que atualmente assola o país.
Bandido era bandido e polícia era polícia, governo era governo e oposição era oposição, são-paulino era são-paulino e corintiano era corintiano, amigo era amigo e inimigo era inimigo.
Tempos da República do ABC, o grande centro da resistência democrática formado em torno dos metalúrgicos comandados por Lula, berço do PT e da CUT, tempos da luta pela Anistia e da volta dos anistiados, dos muitos movimentos sociais reunidos logo adiante no que se convencionou chamar de Sociedade Civil, tempos de lutar pela volta das eleições diretas para a Presidência da República.
Além de Lula, surgiram nesta época novas lideranças de expressão nacional como Fernando Henrique Cardoso, que participaria da fundação do PSDB _ e os dois juntos, um de cada vez, acabariam presidindo o Brasil nestes últimos 16 anos da nossa jovem democracia.
Eu era repórter da "Folha de S. Paulo" e,viajando pelo país de ponta a ponta, pude ver tudo de perto, conhecer bem os personagens que escreveriam nossa história no pós-ditadura:
Como dizia o sábio que comandava o jornal, Octavio Frias de Oliveira: "Vivi o suficiente para ver tudo acontecendo e o seu contrário".



Ricardo Kotscho

Diretor fala sobre documentário inspirado na democracia corintiana

Bruno Raphael


http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/diretor-fala-sobre-documentario-inspirado-em-movimento-politico-do-corinthians/

“Não sinto que é um filme específico sobre o clube”, conta Pedro Asbeg sobre Democracia em Preto e Branco"


Em 1984, o Brasil passava por um período conturbado no governo militar que tomava conta do país desde o início da década de 60. A ditadura chegava aos seus dias finais e tinha como maior representante da ascensão da democracia, curiosamente, um time de futebol - ao menos é essa a relação que o documentário Democracia em Preto e Branco tenta traçar. Levando como pano de fundo o núcleo ideológico criado pelos jogadores Sócrates, Casagrande e Wladimir dentro do Corinthians - no qual, por meio do voto, a equipe toda decidia questões como contratações e regras de concentração -, o diretor Pedro Asbeg faz um panorama dos momentos que conduziram até histórico movimento das Diretas Já!, em 1983.


Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Asbeg tratou dos principais temas do documentário, que vem sendo rodado desde 2010 numa iniciativa independente dele e do produtor Gustavo Gamas Rodrigues. Usufruindo do crowdfunding (prática que consiste na captação de verbas para uso artístico, através de doações do público via internet) os dois conseguiram arrecadar mais de R$ 22 mil para a realização do documentário. "Já havia feito a primeira etapa das entrevistas em 2010 por conta própria. Mas de lá pra cá, percebi que o filme não tratava só da democracia corintiana", conta Asbeg. "Então decidimos seguir por um caminho próprio, que poderíamos dar conta. Sentei com Gustavo e decidimos estipular uma cota para o site."

A iniciativa termina neste sábado, 6, no site Incentivador. Lá, é possível doar qualquer quantia, num sistema que premia o doador. Uma contribuição de R$ 500, por exemplo, dá direito a um estágio como assistente de direção no documentário, além de ter seu nome publicado nos créditos finais do filme.

Explicando como surgiu a ideia de produzir Democracia em Preto e Branco, Asbeg, experiente no ramo de documentários futebolísticos (dirigiu e produziu mais de 10 curta-metragens, como Unido Vencerás, de 2003), conta que o que lhe empolgou a princípio não foi o fato de se tratar do Corinthians, mas sim da realidade que se formava ali. "Quando a gente entende o contexto em que aquilo [a democracia corintiana] estava acontecendo, na base do voto democrático, ao mesmo tempo que as pessoas no Brasil queriam e não podiam votar pra presidente, a conexão fica muito grande", conta o diretor. "Não sinto que é um filme específico sobre o Corinthians, pela questão da contextualização. Vamos tratar de todo o processo de redemocratização do Brasil, incluindo até a música como o Rock Brasil, que surgia naquele momento."

Dentre todos os atletas do Corinthians, Asbeg opta por destacar um grande ídolo da equipe na época. "No que diz respeito ao Sócrates, isso é muito verdadeiro. Ele falava muito sobre política e a importância do voto. A poucos dias da aprovação ou não da Emenda Dante de Oliveira [proposta de 1984 que decidiria se ocorreriam ou não as eleições diretas no país], ele subiu num palanque e declarou que tinha uma proposta do [clube italiano] Fiorentina", conta Asbeg. "Ele usou o poder de mobilização que tinha dizendo que, se a emenda fosse aprovada, ele não sairia do Corinthians. Mas, infelizmente, a emenda não foi aprovada e o Sócrates foi pra Itália."

No panorama atual, o diretor não vê nenhum atleta com engajamento semelhante ao do "doutor" Sócrates. "Não sou saudosista, mas acho que a tendência é que os jogadores sejam cada vez mais treinados para darem respostas que não vão, de maneira alguma, fazer com que o patrocinador dele ou a torcida fiquem chateados, ainda mais no que diz respeito à política", acredita Asbeg, que diz não tentar veicular nenhum tipo de ideologia no documentário. "Deixo que a conclusão fique a cargo do espectador porque, se for ver, entre as pessoas do palanque mais famoso das Diretas Já!, estavam Fernando Henrique Cardoso e o Lula."

Democracia em Preto e Branco ainda não tem previsão de conclusão das filmagens, mas Asbeg conta que "num mundo ideal, o filme seria finalizado entre maio e junho de 2012".



Bruno Raphael

Com R$ 20 mil, documentário sobre Democracia Corinthiana está garantido


Bruno Ceccon


http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2011/07/corinthians/com-r-20-mil-documentario-sobre-democracia-corinthiana-esta-garantido.html

Com mais de R$ 20 mil captados através de um site de financiamento coletivo de projetos, o documentário "Democracia em Preto e Branco" está garantido. A cifra mínima foi alcançada na última terça-feira, mas o período de doações segue aberto nos próximos nove dias.

"O sucesso nessa reta final é inesperado. Ainda temos mais alguns dias de captação e todo o dinheiro será investido para termos um filme ainda melhor e mais aprofundado. Agradeço desde já a todas as pessoas que contribuíram", disse o diretor Pedro Asbeg, parceiro do produtor executivo Gustavo Gama Rodrigues na empreitada.
O documentário foi tema de uma matéria da GE.Net no último dia 21 de julho. Na época, o diretor se mostrava pessimista, já que contava com R$ 15.585,00 de 84 doadores. Até a tarde desta quarta-feira, o projeto recebeu um total de R$ 20.455,00 de 114 incentivadores.
Do valor total arrecadado, 15% é destinado ao site que abriga o financiamento coletivo. Asbeg calcula gastar mais 10% com impostos, além de cerca de R$ 2 mil para confeccionar as contrapartidas e enviá-las aos incentivadores. "É bacana saber que o filme já está garantido, mas temos que continuar correndo atrás", disse o diretor.
A Democracia Corinthiana, liderada por nomes como Sócrates, Casagrande e Wladimir, marcou o começo dos anos 1980. O documentário se propõe a revisitar o período sob um espectro amplo, incluindo a campanha pelo voto direto e o surgimento do Rock Brasil.
A primeira parte do longa-metragem, com entrevistas com os protagonistas do movimento organizado no Parque São Jorge, foi produzida no segundo semestre do ano passado. A ideia agora é ampliar o foco e falar com artistas como Arnaldo Antunes, Rita Lee e Lobão, além dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Para filmar a parte inicial do documentário, Asbeg diz ter investido aproximadamente R$ 10 mil em recursos próprios. O orçamento total do filme é estimado em R$ 350 mil. Desta forma, os produtores também procuram enquadrar a obra em leis de incentivo.
Com o mínimo de R$ 20 mil já captado, a segunda rodada de entrevistas deve ser realizada na metade do próximo mês de agosto. Em 2012, o filme começaria a ser editado. O Corinthians não está envolvido com a produção neste momento, mas Asbeg não descarta uma possível parceria com o clube no futuro.



Bruno Ceccon

Falta de verba ameaça documentário sobre a Democracia Corintiana

Bruno Ceccon

 

http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2011/07/corinthians/falta-de-verba-ameaca-documentario-sobre-a-democracia-corintiana.html


Antes da República Popular do Corinthians, invencionice da multinacional que fornece material esportivo ao clube, Sócrates, Wladimir e Casagrande desafiaram o regime militar no começo dos anos 1980. Na mesma época, marcada pelas "Diretas Já", surgiram grupos como Titãs, Barão Vermelho e Ultraje a Rigor, autor do sarcástico hit "Inútil". O documentário "Democracia em Preto e Branco" se propõe a revisitar o período sob um espectro amplo - incluindo a campanha pelo voto direto, o nascimento do Rock Brasil e a Democracia Corintiana -, mas está ameaçado pela falta de verba.
O longa-metragem é uma parceria entre o diretor Pedro Asbeg e o produtor executivo Gustavo Gama Rodrigues. No segundo semestre do ano passado, foram entrevistados os protagonistas do movimento organizado no Parque São Jorge, como Sócrates, Casagrande, Wladimir, o ex-diretor de futebol Adílson Monteiro Alves e o antigo técnico Mário Travaglini, além de alguns jornalistas, a exemplo de Flávio Prado, apresentador do programa Mesa Redonda, da TV Gazeta. Durante o processo, Asbeg sentiu a necessidade de ampliar o foco do documentário e ultrapassar o aspecto meramente esportivo.
"Percebi que se esse tema fosse trabalhado de uma forma descontextualizada, perderia sua força maior. No momento em que a Democracia Corintiana estava no auge, quando os jogadores votavam para decidir as coisas mais triviais, a maior parte da população estava buscando o direito de votar para presidente. Entendi que o filme tinha que tratar não só de futebol e democracia, mas também mostrar o contexto do país no momento. A maior parte das pessoas tende a analisar a Democracia Corintiana como um movimento futebolístico por si só", explicou Asbeg, responsável pela montagem do documentário "Cidadão Boilesen", premiado na edição de 2009 do Festival É Tudo Verdade.
Na primeira parte, o diretor calcula ter investido aproximadamente R$ 10 mil em recursos próprios. A decisão de ampliar o espectro do documentário implicou em um aumento significativo do custo, principalmente em função das imagens de arquivo e dos diretos autorais das canções que serão utilizadas - o orçamento total é estimado em R$ 350 mil. Além de procurar enquadrar a obra em leis de incentivo, os produtores decidiram fazer jus ao tema em questão e recorreram a um mecanismo alternativo de captação de recursos.
O filme procura arrecadar fundos por meio de um site de financiamento coletivo de projetos, através do qual qualquer pessoa ou empresa pode contribuir. Conforme o valor doado, o incentivador recebe uma contrapartida diferente - é possível ter o nome nos créditos do documentário e até ganhar uma vaga de estágio na produção. A meta estabelecida foi reunir R$ 20 mil em 90 dias. Até a noite desta quarta-feira, foram alcançados R$ 15.585,00. Como o valor de cada doação será debitado da conta dos incentivadores apenas caso a cifra total seja atingida, são necessários mais R$ 4.415,00 em 13 dias.
"Com toda sinceridade, infelizmente não acredito que vamos conseguir captar os R$ 20 mil. Se não alcançarmos o valor total, ficamos sem nada. Por outro lado, levando em conta que eu, o Gustavo e a maioria dos nossos amigos somos cariocas, ainda tenho alguma esperança, porque os cariocas costumam deixar tudo para a última hora. Torço bastante para que essa matéria nos ajude, mas já não conto muito com a colaboração de anônimos. Levando em conta a relação tempo e dinheiro, acho difícil chegar ao final com os R$ 20 mil, mas continuo acreditando", disse Asbeg, flamenguista de coração e fã do Doutor Sócrates.
A aposta no mecanismo colaborativo vem acompanhada de uma tentativa de conduzir o processo de maneira transparente. Na página eletrônica que recebe as doações, é possível acompanhar o valor já arrecadado com precisão de centavos e as contrapartidas oferecidas de acordo com a cifra investida. Já o blog oficial do filme contém uma lista com os nomes de todos os incentivadores. Caso os R$ 20 mil não sejam alcançados, os produtores serão obrigados a mudar o cronograma e depender dos meios ortodoxos para viabilizar o documentário.
"Uma grande escola do cinema brasileiro é a criatividade. As pessoas ficam muito reféns dos editais e leis de incentivo, mas já está mais do que na hora de perceber que os meios de produção estão mais facilmente disponíveis. Por que não ir adiante nesse pensamento de tentar fazer o filme sem tanta dependência? Falo isso sabendo que meu filme dificilmente vai existir sem esse expediente, mas o simples fato de tentar e, se der certo, realizar uma boa parte através deste método raçudo e guerreiro, mostra que é possível", disse Asbeg, formado em cinema na Westminster University e filho do cineasta José Carlos Asbeg, diretor do documentário "1958 - O ano em que o mundo descobriu o Brasil", que narra o primeiro título mundial da seleção.
Na segunda parte do documentário em fase de produção, estão planejadas entrevistas com artistas como Arnaldo Antunes, Branco Mello, Rita Lee, Edgar Scandurra, Lobão, Herbert Vianna, Dado Villa Lobos e Kid Vinil, além dos jornalistas Arthur Dapieve, Luis Nassif e Heródoto Barbeiro. Os produtores já têm uma data para conversar com Fernando Henrique Cardoso e estão perto de agendar um encontro com Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Asbeg, a dificuldade maior é contatar o ex-goleiro Emerson Leão, abertamente contrário à Democracia Corintiana.
"O Leão está mais difícil que a Rainha da Inglaterra! É uma pena, porque não quero que o Leão fale necessariamente bem da Democracia Corintiana, quero apenas ouvir a opinião dele a respeito do movimento. A minha impressão é que ele tem uma implicância natural com o assunto. Isso dificulta muito", declarou Asbeg. O cineasta tentou contatar o treinador pela última vez através da assessoria de imprensa do Goiás, emprego mais recente do ex-goleiro, e ainda não conseguiu falar diretamente com ele.
Asbeg chegou a procurar o departamento de marketing do Corinthians para conversar sobre a possibilidade de contar com apoio do clube na divulgação do projeto de financiamento colaborativo, mas disse não ter recebido resposta. O diretor gostaria que a agremiação estivesse ciente sobre a produção do documentário e cogita uma eventual futura parceria, porém não está interessado em institucionalizar o filme neste momento para manter uma completa independência no processo de filmagem, escolha de personagens e entrevistas.
Caso os R$ 20 mil sejam captados dentro do prazo, a ideia é realizar a segunda rodada de entrevistas na metade de agosto. Em 2012, o filme começaria a ser editado. A possibilidade de exibir Democracia em Preto e Branco no cinema agrada, mas não é tratada como prioridade pelos produtores. "Atualmente, sinto que exibir um documentário no circuito comercial não deve ser uma obrigação no Brasil, porque a frustração pode ser muito grande. Quero que o filme exista e fique disponível para que as pessoas possam vê-lo, seja num Cineclub, em DVD, na TV e, se possível, nos cinemas", encerrou Asbeg.

Bruno Ceccon

Camisa do filme




Esta camisa pode ser sua! 


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COMO INCENTIVAR O FILME



2 - Preencha os campos nome completo, email, CPF, estado e cidade. Crie e confirme uma senha de 6 digitos. Clique em confirmar.

3 - Clique em projetos. Escolha "Democracia Corintiana" e clique em "incentivar".

4 - Preencha o campo "defina o valor do incentivo; reais". Clique em ok.

5 - Defina como o incentivo será visto. Clique em avançar.

6 - Leia e confirme seu incentivo.  Clique em confirmar incentivos.

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PRONTO! VOCÊ ESTÁ AJUDANDO ESTE FILME A SER PRODUZIDO!

Poster do filme

Este poster autografado pelo Doutor Sócrates pode ser seu.

Ele é uma das contrapartidas que oferecemos àqueles que investirem na produção do nosso filme através do site http://www.incentivador.com.br/projeto/cinema/democracia-em-preto-e-branco/103

Já arrecadamos quase R$7mil em menos de um mês mas ainda precisamos de mais parceiros. Seja um incentivador!

O filme

Documentário de longa-metragem, Democracia em Preto e Branco trata de um período de sonhos, utopias, conquistas e desilusões: a abertura politica do Brasil no inicio dos anos 80, tendo como linha narrativa a luta por eleições diretas para presidente, a geração Rock Brasil e o revolucionário movimento conhecido por “Democracia Corintiana”.

Incentivando o filme

Boa parte do filme já foi rodada em 2010 e estamos atualmente captando fundos de maneira inovadora para realizar a segunda e derradeira bateria de filmagens com personalidades como Rita Lee, Lobão, Angeli, Lula e Fernando Henrique Cardoso no segundo semestre de 2011. 
Democracia em Preto e Branco faz parte de uma leva de obras de diferentes áreas que estão abertas para o investimento de pessoas físicas ou empresas. Qualquer indivíduo ou instituição pode investir no filme através de um mecanismo de financiamento coletivo no qual muitos podem contribuir com pouco em troca de contrapartidas predeterminadas e que permitirão que o filme seja concluído. 
As doações variam entre R$10 e R$200 e, além da feitura do filme em si, todos são recompensados com itens como DVD, camisa, cartaz autografado e até estágio no filme. O mais legal é que o dinheiro só sai da conta caso consigamos atingir o valor que precisamos no tempo estipulado. Se isso não acontecer, o valor do incentivo não é debitado. Tudo está detalhado na nossa página do site do incentivador:
http://www.incentivador.com.br/projeto/cinema/democracia-em-preto-e-branco/103

Democracia Corintiana é o ponto de partida de documentário em fase de produção


Fábio Juppa


Os riffs de guitarra da introdução de "Inútil", do Ultraje a Rigor, misturados à narração original de Osmar Santos reavivam com toda força no espectador a emoção do gol de Sócrates que decidiu o Campeonato Paulista de 1983. Mas futebol é apenas um dos vértices do triângulo que deu origem à "Democracia em preto e branco". Em fase de produção, a ideia do filme é explorar, com olhar pontual sobre a "Democracia Corintiana", a convergência deste com outros movimentos, o nascimento do Rock Brasil e as Diretas Já, detonadores da efervescência da primeira metade dos anos 80, quando tudo no país era uma questão de política, música e, claro, futebol. 

- O ponto de partida foi a Democracia no Corinthians, onde se tinha poder de escolha quando todo mundo lutava por isso - explica o diretor e produtor Pedro Asbeg, que tem a parceria de Gustavo Gama na empreitada. - A história era forte, não dava para descontextualizar do que acontecia no restante do Brasil. 

Filho do cineasta José Carlos Asbeg, diretor de "1958, o ano em que o mundo descobriu o Brasil", que narra a saga do primeiro título mundial da seleção, em campos suecos, Pedro sempre foi um apaixonado por cinema e futebol. Rubro-negro fanático, para unir o útil ao agradável ele fundou a "Raça Filmes", pela qual produziu vários curtas. São dele "Rondinelli, o Deus da Raça", "Caçador de Marajás", sobre o ex-atacante Bujica, que veio ao Rio com tudo pago por um grupo de amigos, revisitou a Gávea e ganhou até bolo de aniversário, e "Dogão Calabresa", que mostra o que acontece do lado de fora de um estádio em dia de jogo, filmado nos arredores do Morumbi no dia da final do Campeonato Brasileiro de 2002, entre Santos e Corinthians, aquele das pedaladas de Robinho. Agora, Pedro quer levar para a telona uma história recheada de casos inimagináveis no futebol de hoje. 

- No Corinthians, votava-se tudo, desde a contratação de um jogador, como aconteceu com o Leão, até se a delegação pararia na estrada para jantar ou seguiria para São Paulo após um jogo de meio de semana no interior. A democracia corintiana foi algo fantástico - diz. 

Por enquanto, somente a primeira fase do projeto foi concluída e deu origem a um trailer de quatro minutos, com muitos gols, música e imagens de comícios que na época reuniram figuras proeminentes da cultura, do esporte e da política na luta pela aprovação da emenda Dante de Oliveira, por eleições diretas para presidente. A segunda rodada de entrevistas e a edição final, no entanto, terão de esperar. Por se tratar de uma produção independente, Pedro está à procura de investidores que lhe possibilitem concluir o filme. Toda a primeira fase, que incluiu ida a São Paulo e contratação de uma equipe para gravar depoimentos de personagens como Sócrates, Casagrande e o roqueiro Roger Moreira, foi bancado do próprio bolso por Pedro. 

Como, além dos custos de produção, a montagem depende de imagens de arquivo, cujo minuto custa, em média, R$ 2,5 mil, a saída foi inscrever "Democracia em preto e branco" num site que abriga projetos de financiamento coletivo ( www.incentivador.com.br ). 

Pedro precisa de R$ 20 mil em até 90 dias, prazo permitido para exposição do projeto no site. Já se passaram 12 e ele arrecadou R$ 4.655,00:
- O dinheiro só sai da conta do investidor caso a soma necessária seja alcançada. Aqueles que contribuírem têm contrapartida do projeto. Está tudo no site. 

Fábio Juppa

O "Cidadão Boilesen" e a democracia corintiana


por Lúcio de Castro

http://espn.estadao.com.br/luciodecastro/post/192348_O+CIDADAO+BOILENSEN+E+A+DEMOCRACIA+CORINTIANA

“Certas canções que ouço/cabem tão dentro de mim/que perguntar carece/como não fui eu que fiz”? Perdi a conta de quantas vezes já me peguei fazendo a mesma pergunta que Milton Nascimento e Tunai fazem com muito mais poesia nos versos de “Certas Canções”. Tenho o sobressalto sempre que vejo um belo verso, música ou mesmo ideia que expressam exatamente o que gostaria de dizer. Não tirei da cabeça tais palavras ao ler o antológico texto de Pedro Motta Gueiros no Globo sobre a destruição do Maracanã. Mas por deformação profissional, sinto os versos calarem fundo mesmo quando deparo com alguma grande reportagem ou documentário que adoraria ter feito. Como não tive a ideia? Como não fui eu que fiz, repito os poetas.

Fiquei estatelado na cadeira do cinema quando acabou “Cidadão Boilesen”, um dos maiores documentários que já vi. Por tudo. Pela história, pela edição ágil, pelos depoimentos, mas acima de tudo pelo monumental trabalho de reportagem de uma turma que tinha nomes como Chaim Litewski e Pedro Asbeg.
Com minúcias, apuração impecável, contam a história do dinamarquês Henning Boilesen. Um nome sinistro de nossa história, que lamentavelmente chegou a virar rua em São Paulo.

Boilesen é parte ativa e importante de uma das mais páginas mais infelizes e sórdidas de nossa história. Presidente do grupo Ultra, da Ultragaz, era atuante no grupo de boa parte do empresariado de então, anos 60 e 70, que financiava grupos de repressão e tortura no Brasil, ação conhecida como Operação Bandeirantes, a OBAN. Muitos dos que pingaram na caixinha da OBAN, e respondem por sangue na história do país estão por aí, ainda em funções representativas e posando de bacana na nossa sociedade, apesar das mãos e consciências sujas.

Acho sempre curioso quando se trata de um assunto como esses e alguém fala em “revanchismo”. Até onde a semântica aponta, “revanchismo” seria pregar e querer a tortura de quem torturou. Contar a história desses monstros ou querer, como fazem os demais países do continente, que se julguem os crimes cometidos, é apenas passar nossa história a limpo. Pior ainda é quem fala em “guerra” entre dois lados para justificar atos bárbaros e inomináveis, quando estamos falando em tortura, a máquina do estado usada ao arrepio da lei. Que guerra é essa?

Mas Boilesen ia além desses facínoras disfarçados de bons empresários e chefes de família que financiaram a tortura no Brasil. O minucioso trabalho do documentário (disponível nas locadoras) mergulha na mente do psicopata e em sua vida, mostrando que o respeitável empresário não só financiava a tortura, como fazia questão de presenciar e fazer parte da tortura, se deleitando com a barbárie. Espetacular, o filme vai até à Dinamarca, e descobre na escola onde Boilesen estudou que o menino (é, até os monstros foram crianças um dia) já apresentava sinais de se deliciar com o sofrimento alheio desde o primário. Está na ficha escolar de Boilesen. É reportagem de primeira linha, histórica, não por acaso tendo ganho o festival “É Tudo Verdade, 2009”.

Lembrei do primor que é “Cidadão Boilesen” (alô, Márcio Guedes, recomendo muito!) porque vários assuntos correlatos estão na ordem do dia. O surreal debate em torno da novela “Amor e Revolução”, do SBT, condenando o autor por levar tal assunto para a dramaturgia, em mais uma tentativa de se varrer o assunto para baixo do tapete, ou as não menos espetaculares matérias do grande Chico Otávio no jornal O Globo.

Mas acima de tudo lembrei do “Cidadão Boilesen” ao saber que o jovem e talentoso diretor Pedro Asbeg está em mais uma empreitada no cinema. Lutando para contar a história da Democracia Corintiana. Nesse nosso futebol, cada dia mais infestado de cartolas picaretas e assolado pela pausteurização dos discursos de jogadores, contar a história daqueles dias, daquele sonho de democracia corintiana em plena reabertura, conquistada com tanto sangue como vimos, é definitivamente um serviço prestado notável. “Democracia em Preto e Branco” se encontra em tempo de captação, e inaugura uma forma criativa, de doações pequenas de pessoas físicas, que podem ir em www.incentivador.com.br/projeto/cinema/democracia-em-preto-e-branco/103 saber o que está sendo feito, tomar parte disso. A causa e o currículo dos envolvidos no projeto merecem uma clicada.

De qualquer forma, é bom saber sempre que nesses tempos cinzas que se anunciam no Brasil, de restrições com a liberdade de imprensa, achatada pelo poder econômico dos que montaram o Circo-2014, de estado de exceção onde um rolo compressor vai passando pelos mais humildes em remoções criminosas de residências, ainda se produz coisa com qualidade e dignidade.


por Lúcio de Castro

Primeiro promo

promo_democraciapb from Democracia O Filme on Vimeo.

Os Realizadores


O filme é resultado de uma parceria entre o diretor Pedro Asbeg e o produtor executivo Gustavo Gama Rodrigues.

Pedro Asbeg dirige e edita documentários, tendo recentemente montado os filmes de longa-metragem “Carta para o Futuro”, “Copa Vidigal”, “Enchente”, “O Amor é Brega” e "Cidadão Boilesen", vencedor do festival de documentários É Tudo Verdade em 2009. Dirigiu e produziu mais de 10 curta-metragens sobre futebol e atualmente finaliza seu primeiro longa-metragem, “Mentiras Sinceras”.

Gustavo Gama Rodrigues escreve, produz e dirige documentários e programas para TV desde 1997. Foi nomeado ao Emmy em 2004 pelo trabalho realizado no reality show “The Amazing Race” e foi produtor executivo do documentário de longa-metragem “B1- Tenório em Pequim”, lançado comercialmente em 2010.

Entrevistados

Até o momento, foram entrevistadas as seguintes pessoas:


Flávio Prado
Roger Moreira
Zenon
Sócrates
Washington Olivetto
Juca Kfoury
Juninho
Casagrande
Marcelo Rubens Paiva
Mario Travaglini
Mauro Beting
Wladimir